Arte e artifício: a criação do homem artificial e seu sistema representativo no Leviatã de Thomas Hobbes

Autores

  • Henrique Lima da Silva Universidade Federal do Ceará (UFC)

Palavras-chave:

Hobbes. Arte. Artifício. Representação.

Resumo

O presente texto tem por finalidade expor, segundo o filósofo inglês Thomas Hobbes (1558-1679), a concepção da criação do homem artificial (o Estado) como fundamentação de sua teoria política na obra Leviatã, bem como sua concepção de representação. Entretanto, antes de adentrar nesse problema buscaremos seguir o itinerário que leva a necessidade da criação de um poder comum entre os homens. Para isso, se faz necessário entender qual o método hobbesiano para analisar a criação do homem natural e do homem artificial. Com efeito, será o método matemático, mais especificamente o geométrico, em que partirá tanto da análise, quanto também da síntese. Seguindo o estudo das sensações, Hobbes conclui que as sensações não representam as qualidades intrínsecas dos objetos. Na verdade, elas são produtos do movimento dos corpos. Essas sensações, por sua vez, expandem até o coração de modo a gerar as paixões. Hobbes explica quais as paixões que podem levar os homens à discórdia e também à guerra. Tendo em vista que, no estado de natureza, os homens podem vir a atacar seu semelhante por enxergá-lo como um perigo, há, então, a necessidade da criação de um poder regulador para conservar a paz. É nessa condição que temos a necessidade da transferência de parte do direito natural e a criação do homem artificial. Para articular a noção de homem artificial, buscamos compreender de que forma a teoria da representação pode ajudar a entendê-la.

Biografia do Autor

Henrique Lima da Silva, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Membro do Coletivo GT Spinoza Anpof.

Referências

ARISTÓTELES. Política. Tradução de Nestor Silveira Chaves. 2ª ed. São Paulo: Edipro, 2009.

BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

DESCARTES, René. Discurso do Método. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

FRATECHI, Iara. A física da política: Hobbes contra Aristóteles. Campinas: Editora da Unicamp, 2008.

HOBBES, Thomas. De Corpore – Parte I: Cálculo ou lógica. Tradução e notas de Maria Isabel Limongi e Vivianne de Monteiro. São Paulo: Editora Unicamp, 2009.

HOBBES, Thomas. Do cidadão. Tradução de Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

HOBBES, Thomas. Leviatã: ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. Tradução e notas de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Col. Os Pensadores).

HOBBES, Thomas. Os elementos da lei natural e política. Tradução de Bruno Simões. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

NOTHlING, Vander Schulz. A teoria da representação hobbesiana. Pensar Revista Eletrônica da FAJE, Belo Horizonte, v. 3, n. 1, p. 87-110, 2012.

Downloads

Publicado

2023-12-13

Como Citar

SILVA, H. L. da. Arte e artifício: a criação do homem artificial e seu sistema representativo no Leviatã de Thomas Hobbes. Kairós, Fortaleza, v. 19, n. 2, p. 96–115, 2023. Disponível em: https://ojs.catolicadefortaleza.edu.br/index.php/kairos/article/view/482. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos