Heráclito de Éfeso na Amazônia do século XXI: breve abordagem dialógica da etnologia indígena com a propedêutica filosófica
Palavras-chave:
Heráclito. Amazônia. Ontologia. Logos. Cultura.Resumo
Trazer Heráclito de Éfeso à Amazônia do século XXI parece provocação, mas filosoficamente não é, porque quem o lê minimamente atento percebe a pertinência de seus dizeres ao longo dos séculos de construção ontológica ocidental. Este artigo se propõe a contemporizar a physis em Heráclito realizando uma abordagem crítica da alteridade composta da mentalidade ocidental com a Amazônia, aqui tratada – e conceituada – como ontologia holística constituída de diversidade étnico-cultural hominizada num sistema simbólico totêmico, animista e não ocidental, porque ainda é movida em narrações protagonizadas por entidades alhures do cartesianismo que pauta a modernidade contemporânea. Objetivos: (i) Apresentar sucintamente a physis em Heráclito; (ii) Pontuar aspectos da ocidentalização da Amazônia e (iii) Dizer que Heráclito de Éfeso é contemporâneo no século XXI na concepção da physis. Conclui-se que a ontologia no conceito do que pode ser physis é afim a da concebida por ontologia nativa da Amazônia pesquisada na área da etnologia indígena em diferentes vieses teóricos. Postula-se que a ontologia construída filosoficamente tem afinidade com a cultura construída etnologicamente. Métodos diferentes, mas talvez com propósitos similares à procura do entendimento metafísico humano.
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