A relação entre tecnologia e tédio: um exame desde Martin Heidegger
Parole chiave:
Fenomenologia. Tecnologia. Tédio.Abstract
Nosso objetivo no presente estudo é investigar como, na linha filosófica da Fenomenologia, Heidegger versou sobre uma analítica da existência, entendendo o sentido do ser a partir da relação com o mundo, onde o ser está lançado e é afetado. Partindo disso, escreveu sobre as tonalidades afetivas, sendo elas ligadas à existência e ao cotidiano, como, respectivamente, angústia e tédio. Em meio à cotidianidade o Dasein já sempre se encontra imerso em significados do mundo que o limitam enquanto ente, como um objeto. E sua existência, quando reduzida a uma coisa, um objeto, traz a tonalidade afetiva do tédio, em que o ser-aí acaba experimentando seu tempo de maneira alongada, como uma cansativa experiência de si mesmo, ao ponto de ser insuportável lidar com seu ser. Desta forma, necessita do consolo que o mundo provoca, em vista dos sentidos e significados prontos, sem que seja preciso pensar sobre o existir, seu caráter de não-ser, sua finitude iminente etc. Consiste, portanto, na experiência de ser coisa entre coisas através daquilo que o mundo fornece pronto.
Riferimenti bibliografici
ARAUJO, P. A questão do ser em geral em Ser e Tempo, de Martin Heidegger. Revista Ética e Filosofia Política. Juiz de Fora, v. 2, n°15, dez./2013, p. 50-64.
ARAUJO, P. Nada, angústia e morte em Ser e Tempo, de Martin Heidegger. Revista Ética e Filosofia Política. Juiz de Fora, v. 10, nº 2, dez./2007, p. 1-15.
BARBOSA, R.; FELIX, W. A Mundanidade do mundo em Heidegger. In: Anais do XXV Encontro Anual de Iniciação Científica. Universidade Estadual de Maringá, 2016.
BAZZANELLA; S. A questão da técnica em Heidegger e o impacto sobre as formasde-vida. Revista Poiesis, Rio de Janeiro, v. 16, nº 1, 2018, p. 247-266.
BORGES, J.; SÁ, R. Gerenciamento do tempo na era da técnica: reflexões à luz do pensamento heideggeriano. Phenomenology, Humanities and Sciences. Londres, v. 1, nº 1, 2020, p. 177-198.
CASANOVA, M. Do tédio superficial ao primeiro nível de aprofundamento do tédio: A tarefa da preleção. In: CASANOVA, M. Tédio E Tempo. Rio de Janeiro: Via Verita, 2021. p. 35-53.
CASANOVA, M. Mundo como correlato intencional do existir: Para uma fenomenologia-hermenêutica. In: CASANOVA, M. Mundo e Historicidade: Leituras fenomenológicas de ser e tempo. Volume 1: Existência e Mundaneidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2017. p. 47-212.
CASANOVA, M. Tédio e Técnica: Da ruptura radical do laço estrutural entre o ser-aí humano e seu campo existencial. In: CASANOVA, M. Tédio E Tempo. Rio de Janeiro: Via Verita, 2021. p. 83-94.
COSTA, P.; FEIJOO, A. Daseinsanálise e a tonalidade afetiva do tédio: diálogos entre Psicologia e Filosofia. Phenomenological Studies: Revista da Abordagem Gestáltica, Goiânia, v. 16, nº 3, 2020, p. 317-328.
DUARTE, A. Heidegger, da realidade virtual ao pós-humano. In: DUARTE, A. Vidas em risco: crítica do presente em Heidegger, Arendt e Foucault. Rio de Janeiro: GEN, 2014. p. 182-204.
DUARTE, A. Subjetivismo moderno, voluntarismo e abuso tecnológico do ente na totalidade. In: DUARTE, A. Vidas em risco: crítica do presente em Heidegger, Arendt e Foucault. Rio de Janeiro: GEN, 2014. p. 13-43.
FABRETTI, E. Engajamento e falatório: das redes sociais à filosofia. Aoristo, Toledo, v. 2, nº 1, 2017, p. 216-230.
FEIJOO, A. A tonalidade afetiva do tédio. In: FEIJOO, A. A existência para além do sujeito: a crise da subjetividade moderna e suas repercussões para a possibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológicos-existenciais. Rio de Janeiro: Via Verita, 2019. p. 173-174.
FEIJOO, A. Da consciência intencional em Husserl à desconstrução da subjetividade moderna em Heidegger. In: FEIJOO, A. A existência para além do sujeito: a crise da subjetividade moderna e suas repercussões para a possibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológicos-existenciais. Rio de Janeiro: Via Verita, 2011. p. 44-55.
GALLINA; J. VENTURI; A. Redes sociais e existencialismo: uma perspectiva fenomenológica sobre o Ser. Interciência & Sociedade, Mogi Guaçu, v. 5, nº 2, 2020, p. 37-50.
GORNER, P. Ser-com. In: GORNER, P. Ser e Tempo: Uma chave de leitura. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2017. p. 70-85.
GORNER, P. Tempo e Ser. In: GORNER, P. Ser e Tempo: Uma chave de leitura. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2017. p. 175-195.
HEIDEGGER, M. Ensaios e Conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schubak. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2001a.
HEIDEGGER, M. Interrogé par Der Spiegel, Réponses et Questions sur l'Histoire et la Politique. Tradução de Alexandre Marques. Paris: Mercure de France, 1988.
HEIDEGGER, M. Introdução à filosofia. Tradução de Marco Antônio Casanova. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
HEIDEGGER, M. Os conceitos fundamentais da metafísica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.
HEIDEGGER, M. Seminários de Zollikon. São Paulo: EDUC; Petrópolis: Vozes, 2001b.
HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Tradução de Marcia Sá Cavalcante Schuback. 10ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2015.
LONDERO, R. “Bem-vindo à próxima fase”: a cultura do choque e o fim do tédio. Ação Midiática. Curitiba, n.14, jul./dez. 2017, p. 293-305.
MACIEL JÚNIOR, G.; COSTA, M. O modo de ser-no-mundo virtual: o Dasein e o Facebook. POLÊM!CA, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, fev./2016, p. 95-121.
MATTAR, C. Depressão, tédio e técnica moderna: contribuições da fenomenologiahermenêutica. Ecos, Campos dos Goytacazes, v. 10, n. 2, 2020, p. 196-207.
OLIVEIRA, B. Tonalidade afetiva e compreensão de si segundo a analítica existencial de Martin Heidegger. 118f. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Rio de Janeiro, 2006.
PASSOS, F. C. O. Técnica moderna e sociedade de controle: um breve diálogo entre Martin Heidegger e Gilles Deleuze. Revista Lampejo, Fortaleza, v. 6, nº 1, 2017, p. 66-85.
PASSOS, M.; SAMPAIO, M. O tédio como fenômeno cultural: aspectos do mal-estar do homem moderno. In: BORGES, I.; PÓ, G. (Orgs.). Psicologia clínica na saúde: saúde, educação e cultura. Curitiba: CRV, 2019.
PONDÉ, L. F. Marketing existencial e mídias sociais. In: PONDÉ, L. F. Marketing Existencial. São Paulo: Editora três estrelas, 2017. p. 162-165.
ROCHA, D. B. A técnica como metafísica moderna: um estudo desde Heidegger. InconΦidentia: Revista Eletrônica de Filosofia, Mariana, v. 5, nº 10, jul./dez. 2021, p. 87-98.
SILVA, E.; BARRETO, C. Uma compreensão do contemporâneo a partir do diálogo com o pensamento de Martin Heidegger. Griot Revista de Filosofia, Amargosa, v. 11, nº 1, jun./2015, p. 289-299.
SILVA, E.; SANTOS, S. Fenomenologia existencial como caminho para pesquisa qualitativa em Psicologia. Revista Nufen: Phenom. Interd., Belém, v. 9, nº 3, dez./2017, p. 110-126.
SILVA, F. Da indicação dos problemas da metafísica para a metafísica como problema: uma discussão heideggeriana. Revista Natureza Humana. São Paulo, v. 18, nº 2, dez./2016, p. 160-187.
SILVA, M. et. al. O movimento filosófico da fenomenologia e sua visão de homem. Guairacá Revista de Filosofia, Guarapuava, v. 37, n. 1, p. 196-208, 2021.
SILVA, N. FREITAS, J. “A questão da técnica” em Heidegger: considerações sobre a clínica psicológica. Rev. Nufen: Phenom. Interd., Belém, v. 11, nº 1, jan./abr. 2019, p. 137-156.
SILVA, R.; DÉCIO, R. Um olhar fenomenológico sobre as crises existenciais na contemporaneidade. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, Brasília, v. 8, nº 1, 2020, p. 285-305.
SOUZA, A. O conceito de fenomenologia de Martin Heidegger em ser e tempo. Revista Primordium. v. 3, nº 6, jul./dez. 2018, p. 1-23.
ZUBEN, N. A Fenomenologia como retorno à ontologia em Martin Heidegger. Trans/Form/Ação, Marília, v. 34, nº 2, 2011, p. 85-102.
##submission.downloads##
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2022 Logos & Culturas
TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
De acordo com a Licença Creative Commons International 4.0, é possível:
1) Distribuir o material publicado em qualquer formato, desde que os créditos de publicação e referenciação sejam devidamente dados à Revista Logos & Culturas.
2) Os direitos autorais sobre os artigos, resenhas e traduções publicados são da Revista Logos & Culturas, bem como os direitos de primeira publicação.
3) Os autores que queiram publicar seus manuscritos na Logos & Culturas em outros veículos (capítulos de livro, por exemplo), devem referenciar devidamente à primeira publicação na Revista Logos & Culturas.
4) Os autores possuem pleno direito de divulgar seus manuscritos publicados na Revista Logos & Culturas em suas páginas pessoais, sendo recomendada à menção ao periódico.
Para conferir às determinações da Licença Creative Commons 4.0, acesse aqui.