A perda da tradição e o anjo da História: uma discussão entre Hannah Arendt e Walter Benjamin
Palavras-chave:
Mundo Comum. Tradição. Anjo da História.Resumo
Segundo Hannah Arendt, hoje o mundo comum encontra-se ameaçado pela usurpação da esfera pública por interesses do âmbito privado, tornando a vida biológica o bem supremo. O homem da ação perdeu espaço para o homem do trabalho e do consumo, o animal laborans. A ameaça totalitária comprovou que o processo de desmundanização é possível até as últimas consequências. Esse rastro teórico arendtiano tem nos movido a buscar compreender como se deu esse processo de colapso do mundo comum e se em plena modernidade ainda há formas de preservá-lo e renová-lo. Para tanto, diante de uma sociedade fruto da ruptura com a tradição, optamos por realizar, a partir do pensamento da autora, uma reflexão entre Hannah Arendt e Walter Benjamin. Ambos os pensadores realizam um diálogo reflexivo e crítico com relação à tradição e acreditam que mesmo sem uma tradição que nos ampare e oriente, há a possibilidade de, assim como o Anjo da História, adentrarmos ao campo de ruínas, olharmos para o passado e dele extrairmos algumas marcas luminosas. E, como nos diz a autora, “mergulharmos até as profundezas do mar” e nele enxergarmos “pérolas e corais”, momentos da história em que podemos ressignificar e, assim, nos convencer de que não podemos “virar as costas” para o mundo.
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