O mestre como superação do desespero do Eu na primeira parte de A doença para a morte, de Soren Kierkegaard

Autores

  • Michel Platinir Silva Damasceno Universidade de Brasília (UNB) https://orcid.org/0009-0003-5364-8513
  • José Carlos Miranda Moura Universidade Federal do Ceará (UFC); Faculdade Católica de Fortaleza (FCF)

Palavras-chave:

Desespero. Fé. Mestre. Síntese. Si-mesmo.

Resumo

O desespero, segundo Anti-Climacus, fundamenta-se na síntese em que é composto o espírito. O si-mesmo é composto de uma relação consigo mesmo e dentro dessa relação encontra-se a tensão dialética entre os polos da finitude e infinitude, do temporal e eterno, da liberdade e necessidade, isto é, relações sintéticas inacabadas e desarticuladas. Assim sendo, a síntese necessita de um terceiro que a fundamente, e este terceiro na relação, segundo Johannes Climacus, é o Mestre, que é a dadiva e o télos do desequilíbrio da relação sintética. Para tal, o Mestre como é a verdade, e a condição para obtê-la, é a concreção motriz para a superação do desespero do Eu escravo da síntese inacabada.

Biografia do Autor

Michel Platinir Silva Damasceno, Universidade de Brasília (UNB)

Doutorando em Filosofia pela Universidade de Brasília (UnB).

José Carlos Miranda Moura, Universidade Federal do Ceará (UFC); Faculdade Católica de Fortaleza (FCF)

Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professor de Filosofia da Faculdade Católica de Fortaleza (FCF).

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Publicado

2025-01-24

Como Citar

DAMASCENO, M. P. S. .; MOURA, J. C. M. O mestre como superação do desespero do Eu na primeira parte de A doença para a morte, de Soren Kierkegaard. Kairós, Fortaleza, v. 20, n. 2, p. 103–117, 2025. Disponível em: https://ojs.catolicadefortaleza.edu.br/index.php/kairos/article/view/588. Acesso em: 29 jan. 2025.

Edição

Seção

Filosofia em Terras Alencarinas