O sensualismo paradoxal da ética de Helvétius: o desejo, a paixão e o amor próprio como leitmotiv da ação moral
Palabras clave:
Sensualismo paradoxal. Ética. Sentimentos. Helvétius.Resumen
Este artigo propõe uma investigação sobre a noção de sensualismo desenvolvida pelo filósofo francês Claude-Adrien Helvétius, assim como as implicações que essa noção tem no que diz respeito à conduta humana, sob o ponto de vista da ação moral. Inicialmente apresentamos uma breve contextualização sobre alguns dos principais postulados da ética na tradição filosófica ocidental, com o intuito de demarcar a posição e a originalidade da ética helvetiana em relação a essa tradição. Em um segundo momento, vamos analisar especificamente a proposição do pensador francês que procura valorizar o papel de sentimentos como, por exemplo, a paixão, o desejo, o prazer e o amor próprio, situando-os como elementos fundamentais que conduzem e dão forma à ação moral. Por fim, concluiremos nossa abordagem enfatizando o que se convencionou chamar de sensualismo paradoxal da ética de Helvétius, aportando posicionamentos críticos, controvérsias e também certas concordâncias no que diz respeito a esse entendimento.
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