O sensualismo paradoxal da ética de Helvétius: o desejo, a paixão e o amor próprio como leitmotiv da ação moral

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Parole chiave:

Sensualismo paradoxal. Ética. Sentimentos. Helvétius.

Abstract

Este artigo propõe uma investigação sobre a noção de sensualismo desenvolvida pelo filósofo francês Claude-Adrien Helvétius, assim como as implicações que essa noção tem no que diz respeito à conduta humana, sob o ponto de vista da ação moral. Inicialmente apresentamos uma breve contextualização sobre alguns dos principais postulados da ética na tradição filosófica ocidental, com o intuito de demarcar a posição e a originalidade da ética helvetiana em relação a essa tradição. Em um segundo momento, vamos analisar especificamente a proposição do pensador francês que procura valorizar o papel de sentimentos como, por exemplo, a paixão, o desejo, o prazer e o amor próprio, situando-os como elementos fundamentais que conduzem e dão forma à ação moral. Por fim, concluiremos nossa abordagem enfatizando o que se convencionou chamar de sensualismo paradoxal da ética de Helvétius, aportando posicionamentos críticos, controvérsias e também certas concordâncias no que diz respeito a esse entendimento.

Biografia autore

Henrique Lott, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

Doutor (2013) em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), tendo feito seu estágio doutoral (2012) na modalidade Recherches Doctorales Libres, junto à École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) de Paris, na França, com a bolsa sanduíche da Capes. Pós-Doutor em Ciências da Religião pela PUC Minas.

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Pubblicato

2025-01-13

Fascicolo

Sezione

Filosofia Moderna e Contemporânea