A fenomenologia: de Husserl a Heidegger
Palavras-chave:
Edmund Husserl. Atitude fenomenológica. Intenção da consciência. Atitude natural. Martin Heidegger.Resumo
Neste estudo temos o objetivo de rastrear o pensamento fenomenológico de Edmund Husserl (1859-1938) e seu desdobramento em Martin Heidegger (1889-1976). A atitude fenomenológica se constitui a partir da máxima posta como urgente para o conhecimento, a saber, voltar às coisas mesmas, dada a intencionalidade da consciência. Isso constitui o método da fenomenologia arquitetado por Husserl, que reclama a crucial suspensão daquilo que ele alcunha como atitude natural. A atitude fenomenológica, por seu turno, reivindica que as pressuposições sejam suspensas, saindo do campo empírico, que posiciona os objetos no espaço e no tempo, com o propósito de deixar emergir a vida da própria consciência em sua dinâmica imanente. É necessário, conquanto, deixar o campo emergir sem teorizações e determinações daquilo que se apresenta à consciência. Ocorre que a teorização acerca do homem se torna inexequível. Este modus operandi desembocou no robusto projeto radicalizador de Heidegger.
Referências
ALMEIDA, R. M. de. et al. A crise dos fundamentos das ciências modernas: uma leitura a partir de Edmund Husserl. Pensando Revista de Filosofia, Luís Correia, v. 7, n. 14, p. 27-47, 2016.
CASANOVA, M. A. Compreender Heidegger. 5ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2015.
FEIJOO, A. M. L. C. de. A existência para além do sujeito. A crise da subjetividade moderna e suas repercussões para a possibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológico-existenciais. Rio de Janeiro: Via Verita, 2011.
GALLAGHER, S. et al. Introduction: philosophy of mind, cognitive science, and phenomenology. In: GALLAGHER, S. The phenomenological mind. 2ª ed. New York: Routledge, 2012.
GOTO, T. A. A (re) constituição da psicologia fenomenológica em Edmund Husserl. Tese (Doutorado). 2007. 218p. Centro de Ciências da Vida, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCampinas), Campinas, 2007.
HEIDEGGER, M. Introdução à filosofia. Tradução de Marco Antonio Casanova. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Tradução de Marcia Sá Cavalcante Schuback. 10ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2015.
HUSSERL, E. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental. Uma introdução à Filosofia Fenomenológica. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2012.
HUSSERL, E. A ideia da fenomenologia. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1990.
HUSSERL, E. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Aparecida: Idéias & Letras, 2006. (Coleção Subjetividade Contemporânea).
HUSSERL, E. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. São Paulo: Madras, 2001.
MARTINS, J. P. Fenomenologia e neurociência: uma relação possível. Dissertação (Mestrado). 2015. 85p. Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2015.
SÁ, R. N. de. Para além da técnica: ensaios fenomenológicos sobre psicoterapia, atenção e cuidado. Rio de Janeiro: Via Verita, 2017.
SEIBT, C. L. Temporalidade e propriedade em Ser e Tempo de Heidegger. Rev. Filos., Curitiba, v. 22, n. 30, p. 247-266, jun./2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Kairós
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
De acordo com a Licença Creative Commons International 4.0, é possível:
1) Distribuir o material publicado em qualquer formato, desde que os créditos de publicação e referenciação sejam devidamente dados à Revista Kairós.
2) Os direitos autorais sobre os artigos, resenhas e traduções publicados são da Revista Kairós, bem como os direitos de primeira publicação.
3) Os autores que queiram publicar seus manuscritos publicados na Kairós em outros veículos (capítulos de livro, por exemplo), devem referenciar devidamente à primeira publicação na Revista Kairós.
4) Os autores possuem pleno direito de divulgar seus manuscritos publicados na Revista Kairós em suas páginas pessoais, sendo recomendada à menção ao periódico.
Para conferir às determinações da Licença Creative Commons 4.0, acesse aqui.