Aborto e regras de determinação: uma crítica da analogia do violinista de J. Thomson a partir de argumentos dedutivos

Autores/as

  • Gustavo Albuquerque Universidade Federal do Ceará (UFC)

Palabras clave:

Bioética. Saúde pública. Aborto. Judith Thomson. Analogia do violinista.

Resumen

O objetivo do presente ensaio é tecer uma crítica logicamente rigorosa, além de promover uma discussão crítico argumentativa com réplicas e tréplicas, ao argumento do violinista, exposto no artigo de J. Thomson, utilizando o procedimento da transformação de um argumento analógico, como o argumento do violinista, em argumentos puramente dedutivos através do método das regras de determinação elaboradas por T. R. Davies e S. Russell. As críticas ao argumentos presentes na analogia do violinista se baseiam nos seguintes princípios ou ponderações: no princípio do respeito à integridade física universal, no princípio da responsabilidade sobre aquilo que se cria, na ponderação da especialidade do vínculo materno a nível físico e psíquico e na ponderação da semelhança de magnitude das exigências físicas/psíquicas relacionadas tanto ao “aborto seguro” quanto ao parto. A conclusão a que se chegou nesse ensaio foi que os cinco argumentos dedutivos construídos a partir de aspectos da analogia do violinista não se mostraram cogentes, pois alguns dos pressupostos adotados não eram aplicáveis às situações reais do aborto.

Biografía del autor/a

Gustavo Albuquerque, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Desenvolve pesquisas na área de epistemologia e filosofia da religião, a partir de uma perspectiva da filosofia analítica, possuindo também interesse em metafísica, filosofia da ciência e filosofia da física.

Citas

BARTHA, Paul, “Analogy and analogical reasoning”. In: ZALTA, E. (Ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. 2019. Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/spr2019/entries/reasoning-analogy/.

BBC. International. 2016. Disponível em:https://www.bbc.com/portuguese/internacional-36467573]. Acesso em: 11.jun.2019.

BOONIN, D. A defense of abortion. New York: Cambridge University Press, 2003.

BOONIN, D. Beyond Roe: why abortion should be legal. Even if the fetus is a person. New York: Oxford University Press, 2019.

COLEMAN, P. Abortion and mental health: Quantitative synthesis and analysis of research published 1995-2009. Br. J. Psychiatry. v. 199, n. 3, p. 180-186, 2011.

COLEMAN, P.; REARDON, D.; CALHOUN, B.C. Reproductive history patterns and long term mortality rates: a Danish, population-based record linkage study. Eur. J. Public Health, v. 23, n. 4, p. 569-574, 2013.

DAVIES, T. R.; RUSSELL, S. “A Logical Approach to Reasoning by Analogy”. In: IJCAI 87: Proceedings of the Tenth International Joint Conference on Artificial Intelligence. 1987. Disponível em: https://apps.dtic.mil/dtic/tr/fulltext/u2/a461664.pdf. Acesso em: 11.ago.2020.

FRANTZ, P. J. Agravos à saúde física e mental relacionados ao aborto. In: Derosa,

MARLON. Precisamos falar sobre aborto: mitos e verdades. Florianópolis: Estudos Nacionais, 2019. p. 427-450.

KAALI, S.; SZIGETVARIL, A.; BARTFAI, G. The frequency and management of uterine perforations during first-trimester abortions. Am. J. Obs. Gynaecol. v. 61, n. 2, p. 406-408, 1989.

KACZOR, C. The ethics of abortion: women’s rights, human life, and the question of justice. New York: Routledge, 2015.

LANFRANCHI, A.; GENTLES, I.; RING-CASSIDY, E. Complications: Abortion’s Impact on a Women. Ontario: The Veber Institute for Bioethics and Social Research, 2013.

LEDERLE, L.; STEINAUER, J.; MONTGOMERY, A.; AKSEL, S.; DREY, E.; KERNS, J. Obesity as a Risk Factor for Complication After Second-Trimester Abortion by Dilation and Evacuation. Obs Gynecol. v. 126, n. 3, p. 585-592, 2015.

MAJOR, B.; APPELBAUM, M.; BECKMAN, L.; DUTTON, M. A.; RUSSO, N.; WEST C. American Psychological Association. Task force on mental health and abortion. Report of the Task Force on Mental Health and Abortion. Washington, DC. 2008. Disponível em: http://www.apa.org/pi/wpo/mental-health-abortion-report.pdf

National Collaborating Centre for Mental Health B. Induced Abortion and Mental Health. Ver Lit Arts Am. p. 1-252, dez. 2011.

NIIMÄKI, M. et. al. Immediate complications after medical compared with surgical termination of pregnancy. Obs Gynecol. v. 114, n. 4, p. 795-804, 2009.

REARDON, D.; NEY, P.; SCHEUREN, F. Deaths associated with pregnancy outcome: a record linkage study of low income women. South. Med. J. v. 95, p. 834-841, 2002.

REARDON, D.C.; THORP, J. M. Pregnancy associated death in record linkage studies relative to delivery, termination of pregnancy and natural losses: a systematic review with a narrative synthesis and meta-analysis. NY: Sage Open Med., 2017.

SCHMUTZ, S. D. “Infanticide or Civil Rights for Women: Did the Supreme Court Go Too Far in Stenberg v. Carhart?” Houston Law Review, v. 39, p. 530-566, 2002.

STEINBERG, J. R.; McCULLOCH, C. E.; ADLER, N. E. Abortion and mental health: Findings from the national comorbidity survey-replication. Obstet Gynecol. v. 123, n. 2, p. 263-270, 2014.

TAYLOR, D. et. al. Standardizing the classification of abortion incidentes: the Procedural Abortion Incident Reporting and Surveillance (PAIRS) Framework. Contraception, v. 96, n. 1, p. 1-13, 2017.

THOMSON, J. J. A defense of abortion. Philosophy and Public Affairs, v. 1, n. 1, p.47-66, 1971.

WARREN, M. A. On the moral and legal status of abortion. Monist, v. 57, n. 1, p. 43-61, jan./1973.

Publicado

2022-12-29

Cómo citar

ALBUQUERQUE, G. Aborto e regras de determinação: uma crítica da analogia do violinista de J. Thomson a partir de argumentos dedutivos. Kairós: Revista Acadêmica da Prainha, Fortaleza, v. 18, n. 2, p. 51–70, 2022. Disponível em: https://ojs.catolicadefortaleza.edu.br/index.php/kairos/article/view/383. Acesso em: 23 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos