As cotas raciais nas universidades públicas: precisam continuar?

Autores

Palavras-chave:

Políticas Afirmativas. Universidades Públicas. Racismo Institucional.

Resumo

Este artigo problematiza o resultado parcial da tese “Políticas Afirmativas no Brasil: Cotas Raciais nas Universidades Federais Brasileiras (2004-2018)”, vinculada ao Programa Educação, História, Política, Sociedade (EHPS), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), cuja pesquisa da referida tese recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com embasamento teórico em Adorno, Boudieu, Candau, Carvalho, Dávila, Fernandes, Foucault, Hall, Hasenbalg, Mananga, Milton Santos e outros, além de documentos oficiais das universidades pesquisadas. Identificou-se que as Políticas de Ação Afirmativa são intrínsecas às lutas históricas dos movimentos negros e sociais, e foram determinantes para o acesso de negros, pardos e indígenas às universidades federais, sobretudo após a sanção da Lei 12.711/2012, mas sem atingir essa proporcionalidade na sociedade brasileira, aspecto que demanda a continuidade das políticas de ação afirmativa até que se concretize essa equidade.

Biografia do Autor

Josefa Neves Rodrigues, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Doutora em Educação, História, Política, Sociedade no Programa de Pós-graduação de mesmo nome: Educação, História, Política, Sociedade (EHPS), na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com concentração em Educação e Ciências Sociais e enfoque em História da Educação Brasileira. Tese intitulada “Políticas Afirmativas no Brasil: Cotas Raciais nas Universidades Federais Brasileiras (2004-2018)”. É mestra em História - Programa História Social - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP. Especialista (Lato Sensu) em História, Sociedade e Cultura pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP). É licenciada em História pela Universidade Sant’Anna, bacharela em Jornalismo pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) e licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Boa Esperança - FAFIBE. Possui experiência com o ensino fundamental e médio na educação pública e privada no estado de São Paulo, e também com o ensino superior em instituições de ensino particular no estado de São Paulo, em especial com a educação étnico racial. Atualmente é professora no Departamento de História da Autarquia Educacional de Afogados da Ingazeira, estado de Pernambuco - Faculdade do Sertão do Pajeú (FASP), onde também orienta trabalhos de iniciação cientifica. É autora do Ebook Tempo Histórico, Pandemia e Fascismo no Brasil, 2020, e da mesma obra impressa publicada em 2021, além da obra resultado da dissertação de mestrado Caminhos e Descaminhos da Meritocracia Contra as Políticas de Ação Afirmativa na Universidade de São Paulo, 2023, todas financiadas e publicadas pela editora FiloCzar, São Paulo. É autora do artigo “Uma Análise das Políticas Afirmativas nas Universidades Federais: cotas para estudantes negros”, publicado em capítulo do livro História: Espaço Fecundo para Diálogos 2. A autora possui vários artigos relacionados às suas pesquisas, publicados em simpósios e Congressos realizados pela Associação Nacional de História (ANPUH), bem como palestras educacionais proferidas em instituições nas quais lecionou e em instituições educacionais públicas de São Paulo e Pernambuco

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Publicado

2024-07-29

Como Citar

RODRIGUES, J. N. As cotas raciais nas universidades públicas: precisam continuar?. Kairós, Fortaleza, v. 20, n. 1, p. 178–191, 2024. Disponível em: https://ojs.catolicadefortaleza.edu.br/index.php/kairos/article/view/511. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos