Estética e política entre civilização e barbárie no pensamento de Arendt

Autori

  • José Valdir Teixeira Braga Filho Universidade de São Paulo (USP)

Parole chiave:

Juízo. Estética. Política.

Abstract

Este trabalho aborda a concepção de juízo presente nos escritos de Hannah Arendt, precisamente, na sua problematização com a política e a cultura. Defende-se a hipótese de que o juízo arendtiano consiste num juízo estético-político no qual a mediação entre reflexão e sensibilidade permite a abertura para o mundo. Essa abertura é característica da cultura enquanto civilização: um espaço onde o ser humano pode se cultivar enquanto tal. Do contrário, o fechamento para o mundo, ou em outros termos, o enclausuramento na própria subjetividade, corresponde à barbárie. Nela, o ser humano sem qualquer relação com os objetos da cultura (a arte em sentido amplo) ou com os outros encontra-se alienado do próprio mundo. Para tanto, este artigo trata de algumas relações conceituais presentes no pensamento de Arendt: cultura e civilização, barbárie e desmundanidade e, por fim, juízo e senso comum. Conclui-se que há uma estética no pensamento de Arendt em vista do conceito de aparência e, neste último, a experiência é, ao mesmo tempo, política e estética.

Riferimenti bibliografici

AGUIAR, Odílio Alves. Filosofia e Política no pensamento de Hannah Arendt. Fortaleza: UFC Edições, 2001.

ARENDT, Hannah. A condição humana. 13ª ed. Tradução de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016a,

ARENDT, Hannah. A dignidade da política. 3ª ed. Tradução de Helena Martins et. al. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

ARENDT, Hannah. A grande tradição. Tradução de P.E. Bodziak Jr. e A. Correia. O que nos faz pensar, v. 20, n. 29, p. 273-298, mai./2011.

ARENDT, Hannah. A vida do espírito. 4ª ed. Tradução de Antonio Abranches et. al. Rio de Janeiro: Relume Dumará. 2000.

ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 8ª ed. Tradução de Mauro W. Barbosa. São Paulo: Editora Perspectiva, 2016b.

ARENDT, Hannah. Lições sobre a filosofia política de Kant. Tradução de André Duarte de Macedo. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.

ARENDT, Hannah. Men in dark times. New York: A Harvest Bookharcourt, Brace & World, 1968.

ARENDT, Hannah. O que é política? 7ª ed. Tradução de Reinaldo Guarany. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ESPOSITO, Roberto. Categorias do impolítico. Tradução de Davi Pessoa. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Tradução de Maria de Conceição Costa. Lisboa: Edições 70, 2005.

PASSOS, Fábio Abreu dos. O conceito de mundo em Hannah Arendt: um passo em direção à superação do hiato entre filosofia e política. 227f. Tese (Doutorado em Filosofia). Departamento de Filosofia da FAFICH/UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.

PERNIOLA, Mario. Ligação Direta – estética e política. Tradução de Davi Pessoa Carneiro. Florianópolis: Editora da UFSC, 2011.

ROVIELLO, Anne-Marie. L’homme moderne entre le solipsisme et le point d’ Archimède. In: Hannah Arendt et la modernité. Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, 1992.

SCHIO, Sônia Maria. Hannah Arendt: a estética e a política (do juízo estético ao juízo político). 328f. Tese (Doutorado em Filosofia). Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2008.

SJÖHOLM, Cecilia. Doing aesthetics with Arendt. New York: Columbia University Press, 2015.

##submission.downloads##

Pubblicato

2022-07-13

Come citare

BRAGA FILHO, J. V. T. Estética e política entre civilização e barbárie no pensamento de Arendt. Kairós, Fortaleza, v. 18, n. 1, p. 104–117, 2022. Disponível em: https://ojs.catolicadefortaleza.edu.br/index.php/kairos/article/view/405. Acesso em: 4 dic. 2024.

Fascicolo

Sezione

Artigos