Transcendendo a Biologia na singularidade: cenários e implicações éticas
Parole chiave:
Singularidade. Biologia. Transcendência.Abstract
A singularidade pode ser compreendida, a partir de Kurzweil, como um processo no qual a capacidade cognitiva da inteligência artificial supera demasiadamente a inteligência natural humana, havendo necessidade, em vista da sobrevivência da espécie humana, que ela se integre substancialmente às máquinas superinteligentes. Diante desse rearranjo da vida, o projeto da singularidade conjectura um cenário futuro composto pela presença de entidades não biológicas superinteligentes, seres humanos instanciados em upload e transformações graduais de seres humanos biológicos em seres humanos não biológicos. Diante desse prognóstico, o presente artigo objetivou investigar a proposta singularitariana de transcender a biologia, bem como sua reclamação quanto à necessidade de uma nova configuração na relação entre ser humano, tecnologia e as demais formas de vida. Em conclusão, o artigo postula que é possível e provável que o ser humano, por meio do processo da singularidade, consiga transcender sua biologia, todavia, há nesse processo desafios éticos dos quais não se pode esquivar, como os riscos de submeter corpos humanos a alterações radicais e a necessidade de superação de valores e não somente de barreiras técnicas para se viabilizar a singularidade.
Riferimenti bibliografici
CHALMERS, David. The conscious mind: in search of a theory of conscious experience. California: University of California, 1995.
CHALMERS, David. The singularity: a philosophical analysis. Journal of Consciousness Studies, v. 17, p. 7-65, 2010.
ČOVIĆ, Ante; JURIĆ, Hrvoje. Epochal orientation, new ethical culture, and integrative bioethics. Formosan journal of medical humanities, Taichung, v. 9, n.1, p. 20-30, 2018.
DEMBSKI, William. Kurzweil’s impoverished spirituality. In: RICHARDS, Jay W. Are we spiritual machines? Ray Kurzweil vs. the critics of strong A.I. Seattle: Discovery Institute, 2001. p. 98-115.
FERRANDO, Francesca. Posthumanism, transhumanism, antihumanism, metahumanism, and new materialisms: differences and relations. Existenz, v. 8, n. 2, p. 26-32, 2014.
GOOD, Irving John. Speculations concerning the first ultraintelligent machine. Advances in computers, v. 6, p. 31-88, 1965.
HAUSKELLER, Michel. My brain, my mind, and i: some philosophical assumptions of mind-uploading. International journal of machine consciousness, v. 4, n. 1, p. 187-200, 2012.
JONAS, Hans. Técnica, medicina e ética: sobre a prática do princípio responsabilidade. Trad. Grupo de Trabalho Hans Jonas da ANPOF. São Paulo: Paulus, 2013.
KAKU, Michio. O futuro da mente: a busca científica para entender, aprimorar e potencializar a mente. Trad. Angela Lobo. Rio de Janeiro: Rocco digital, 2015.
KURZWEIL, Ray. A singularidade está próxima: quando os humanos transcendem a biologia. Trad. Ana Goldberger. São Paulo: Iluminuras, 2018.
KURZWEIL, Ray. Como criar uma mente: os segredos do pensamento humano. Trad. Marcello Borges. São Paulo: Aleph, 2015.
KURZWEIL, Ray; GROSSMAN, Terry. A medicina da imortalidade: viva o suficiente para viver para sempre. Trad. Cássia Nasser. 3ª ed. São Paulo: Aleph, 2019.
MUSK, Elon. An integrated brain-machine interface platform with thousands of channels. Journal of Medical Internet Research. Toronto, v. 21, n. 10, p. 1-12, 2019.
ULAM, Stanislaw. John von Neumann 1903-1957. Bulletin of the American Mathematical Society, v. 64, n. 3, p. 1-49, 1958.
VINGE, Venor. The coming technological singularity: how to survive in the posthuman era. In: Symposium Vision-21: Interdisciplinary Science and Engineering in the Era of Cyberspace. Cleveland, 1993. p. 11-22. Disponível em: https://ntrs.nasa.gov/citations/19940022856. Acesso em: 10.nov.2020.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2022 Kairós
TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
De acordo com a Licença Creative Commons International 4.0, é possível:
1) Distribuir o material publicado em qualquer formato, desde que os créditos de publicação e referenciação sejam devidamente dados à Revista Kairós.
2) Os direitos autorais sobre os artigos, resenhas e traduções publicados são da Revista Kairós, bem como os direitos de primeira publicação.
3) Os autores que queiram publicar seus manuscritos publicados na Kairós em outros veículos (capítulos de livro, por exemplo), devem referenciar devidamente à primeira publicação na Revista Kairós.
4) Os autores possuem pleno direito de divulgar seus manuscritos publicados na Revista Kairós em suas páginas pessoais, sendo recomendada à menção ao periódico.
Para conferir às determinações da Licença Creative Commons 4.0, acesse aqui.